Escoliose e deficiência - Um relato inspirador

O relato de hoje é de uma moça linda, a qual eu que tive o imenso prazer de conhecer. Ela  tem me inspirado com sua história de vida e de superação, e, tenho certeza de que vai tocar o coração de vocês também. Segue o relato:

Olá, sou Carol Constantino e vou falar um pouco sobre minha vivência sendo uma mulher com deficiência. Sou cadeirante desde pequena, nunca caminhei pois nasci com uma deficiência chamada Atrofia Muscular, por estar tempo todo sentada na cadeira de rodas também acabei tendo escoliose, o que é muito comum acontecer aos cadeirantes. Todos os dias quando saio de casa, não tem uma pessoa que não olha para mim, afinal, eu sou diferente e chamo a atenção por isso. 


Quando eu era criança eu não percebia, quando eu era adolescente eu percebia e fazia careta para quem me olhava, mas hoje já nem ligo e me acostumei, porém quem anda comigo acaba estranhando por que isso não acontece com todos, mas sim, só com quem é considerado "diferente" dos outros. Ser diferente é legal pois acabo me destacando de alguma forma, e ser cadeirante também é legal pois posso andar quilômetros que não me canso... Brincadeiras a parte, quando estou em casa, muitas vezes esqueço que sou diferente pois minha casa é totalmente preparada pra mim e minha família conhece e respeita as minhas diferenças. Porém, quando saio pra rua, tudo se torna diferente.Não consigo andar nas calçadas, não posso andar em qualquer ônibus, não posso estudar onde quiser, não é fácil. Mas, com o passar dos anos várias leis estão sendo criadas para que a sociedade se torne totalmente acessível para TODOS e também, cada vez mais venho descobrindo grupos de pessoas que lutam pela quebra de padrões e isso é maravilhoso. 
Quando eu era adolescente, me achava muito feia pois não era retinha como as atrizes de novela, mas hoje já percebo que é normal ser diferente e cada umx é bonitx de sua maneira. Muitas vezes pensei em ficar em casa por que em casa me sinto em paz, mas qual é a graça disso? É muito melhor ir pra rua e mostrar para os outros que minha deficiência não é o problema, mas sim, o preconceito dos outros. Não é errado ser cadeirante, é errado as calçadas não serem preparadas para todos. Não é errado eu querer estudar, é errado as escolas não serem preparadas para me receber. Não é errado eu ser "tortinha", é errado acharem que a beleza vem do físico. Não é errado eu querer viver feliz, é errado os outros me impedirem disso!

'Não é errado eu ser "tortinha", é errado acharem que a beleza vem do físico."





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