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Mostrando postagens de agosto, 2015

"O dia -17/03/2015"

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Na terça (16), eu recebi a notícia de que finalmente iria operar, naquela noite eu mal consegui dormir, milhões de pensamentos invadiram minha mente, várias hipóteses, até pensei que poderia morrer, afinal tudo é possível. Mas eu não conseguia sentir medo, não senti nem um pouco de medo, eu estava radiante de felicidade, ansiosa, esperei meses por isso. Cheguei às 10h30 no Hospital Moinhos de Vento, preenchi a papelada toda, li todos os termos e fui encaminhada ao Bloco C, onde seria operada. Na foto abaixo estou na espera para ser chamada para cirurgia. Já estava com a pulseira de identificação no punho, e os papéis todos com as instruções. Meu coração batia forte, era muita emoção, finalmente eu iria tirar aquele fardo das minhas costas, literalmente! Esperei algumas horas, tranquilamente. Me chamaram para me vestir,  me lembro de passar por várias salas, e me lembro de ficar com outras pessoas que iam operar. Em uma dessas salas,  uma senhora norte-americana com um sota

Se você acreditar (Parte 2)

Já era março, dois meses e meio se passaram desde que fizemos a solicitação da cirurgia para o convênio Amil. O Dr. Jonatas tinha me dito que a cirurgia seria no dia 17, às 14h, se tudo ocorresse conforme o planejado e se o plano autorizasse o material que faltava. Eu estava muito cansada, e desanimada, nem sonhava que faria a cirurgia tão cedo. Eu não fazia ideia da quantidade de pessoas que estavam orando e torcendo por mim. Muitos me diziam que ia dar tudo certo, que logo eu iria operar. Quem fez a cirurgia, sabe que ansiedade é muito grande! Minha mãe me dizia que acreditava em mim, que eu tinha que ter paciência, e muita paciência. Mas na verdade eu já estava "de saco cheio" das perguntas que me faziam sobre a cirurgia, nunca podia dizer uma data exata, porque o convênio sempre driblava meus planos. Também tinham aquelas pessoas que me desanimavam e diziam pra eu desistir porque uma cirurgia dessas era muito arriscada... Na sexta-feira 13, conversei mais um pouco

Se você acreditar (Parte 1)

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Em dezembro de 2014, o meu médico fez o encaminhamento para cirurgia. O que normalmente levaria de 15 a 20 dias para ser autorizado, levou longos, e difíceis 3 meses! Pelo menos para mim, porque eu mal sabia quanto tempo levaria. Toda pessoa fica super ansiosa pelo dia da cirurgia. É um dia esperado por dias, meses, ou como em alguns casos até mesmo anos! É o dia da "vitória", em que tudo vai mudar, em que a vida ganha mais sentido, e tudo vai ser melhor! A ideia de dor é insignificante visto que vontade de vencer a escoliose é muito maior.  Só quem tem esse problema compreende que a dor envergonha machucam a alma, só quem tem sabe o que é, e por isso se magoa com os comentários maldosos e o preconceito... Durante esse tempo de espera, ocorreu algo que me marcou negativamente. Uma pessoa através de uma conta fake no Twitter me mandou dezenas de mensagens com insultos, em algumas delas ela se referia à minha escoliose. Eu chorei muito naquele dia, decidi excluir de vez m

Orgulho e Preconceito

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O assunto que vou abordar hoje não está tão voltado à minha cirurgia, mas é um problema que tenho certeza que traz incomodo e desconforto à muitas meninas, e meninos que tem Escoliose, e que já passaram pela cirurgia; o preconceito, ou até mesmo desinformação das pessoas em relação à doença. Eu me formei no ensino médio em 2013, eu sabia que tinha escoliose, mas como disse anteriormente não "dava bola" pra isso. No dia da formatura em dezembro deste ano, fui com minha mãe no salão me arrumar, fazer o cabelo e as unhas, aquela coisa toda. Estava extremamente quente naquele dia, então fui com um vestido de alcinhas. Enquanto fazia as unhas, uma das funcionárias do salão me surpreendeu com um comentário pavoroso sobre minhas costas.  Foi algo do tipo: "Nossa o que é isso? Olha só como está torta, que horror meu Deus, coitadinha, tu tem que ver o que é isso!" E pronto! Eu expliquei que era escoliose, mas ela chamou a outra funcionária pra ver. A partir desse dia

Tudo começa por algo

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O ano de 2014 foi marcado por grandes acontecimentos na minha vida. Tive grandes perdas, fiquei muito fragilizada. A ideia de passar por uma cirurgia de artrodese da coluna daquele porte, me arrepiava só de imaginar, mas me animava saber que essa era a chance de resolver aquele incômodo das costas tortas.  Algumas pessoas notavam e faziam comentários que me deixavam magoada. Sei que algumas não tinham essa intenção, mesmo assim era algo que machucava por dentro.  (Falarei disso em outro post). Em outubro, fui à primeira consulta com o Dr. Alexandre Borba, para eu saber a opinião de um outro profissional. Ele me avaliou, conversou comigo, e me explicou sobre a cirurgia, sobre os riscos... Como eu sentia muita dor ele me pediu uma Ressonância. (Obs: Foi horrível fazer esse exame).  Depois de prono voltei novamente no Dr. Alexandre para apresentar os exames, e estava tudo bem, exceto pela escoliose que evoluía um pouco a cada radiografia que eu fazia de tempos em tempos. Em dezembro

A Descoberta (Parte 2.)

Depois que o Dr. Elvio me indicou o médico amigo dele, fui procurar o Dr. Jonatas Fernandez no Urgetrauma, em Porto Alegre mesmo. Minha mãe me acompanhava nas consultas. Entre Abril de 2014 até o dia da cirurgia em março deste ano, fiz diversas radiografias da coluna, e uma ressonância para descobrir o motivo das dores e da fadiga que eu sentia. Sempre dava resultados diferentes para o ângulo da Escoliose, porque eu fazia atividades numa academia longe da minha casa, acompanhada por um ex-professor da UFRGS, além de um grande profissional era meu amigo e me ajudava a melhorar minha postura. No entanto eu parei de ter aulas com ele. E voltei para academia perto da minha casa, mas lá não encontrei ajuda semelhante a dele, e segui fazendo outro treino que não era específico pra melhorar a minha postura. Com regularidade eu voltava a consultar com o Dr. Jonatas, e cada vez mais aumentava o ângulo da escoliose. Eu ficava muito ansiosa, e perdida. Eu não sabia se teria que operar, porqu

A Descoberta

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Eu não sabia que existia uma doença chamada escoliose até descobrir que eu tinha ela. Eu decidi que queria fazer musculação numa academia perto da minha casa, e na avaliação física para montar meu treino a professora me disse que eu tinha "escoliose". A té achei engraçado, não dei importância, pensei que aquilo não era algo com que eu devesse me preocupar. No entanto, passaram-se alguns meses e comecei a sentir desconforto e dores, foi então que fiquei preocupada e lembrei da professora da academia. Marquei uma consulta com um ortopedista do meu antigo plano de saúde. Fui na consulta, mas me senti horrível quando saí da sala dele. O médico  não me explicou corretamente o que eu tinha, e me senti mal. Foi o que eu considero um verdadeiro desastre, saí mais perdida do que havia chegado. Ele falou que eu deveria operar urgente, que deveria procurar um Cardiologista e um Pneumologista porque a escoliose poderia estar comprometendo meus órgãos. Pensem no desespero que eu fique

Vida Nova

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A vida depois da cirurgia de escoliose muda completamente, pelo menos mudou para mim.  O corpo sofre transformações e da forma mais invasiva possível - através da artrodese. Eu levei muito tempo para decidir levar esse blog adiante.  Durante a  recuperação do pós-cirúrgico pensei que devo ajudar as pessoas através da minha experiência, principalmente as meninas, que sofrem tanto com essa doença. A escoliose afeta principalmente a auto-estima. Então esse blog vai servir para  trocar ideias, conversarmos, apoiarmos uns aos outros. Me considero uma vencedora, nós somos, e quero ajudar a todos que venham ler o blog a lidar com essa curvinha na coluna. Nos próximos posts estarei contando minha história, convido você para junto de mim partilhar a mensagem de conscientização sobre a escoliose!  Eu sou Jeniffer Cristina, a Menina de Titânio