História do Eduardo Mariotti - Conscientização da escoliose.
A história sobre
escoliose de hoje é de um amigo, Eduardo Mariotti. Consegui um depoimento dele,
porque achei interessante contar a história de um homem. Escoliose apesar de
ser um problema que atinge predominantemente o sexo feminino, também acontece
com o sexo oposto. Então segue abaixo o relato do Eduardo, e esperamos que seja
de grande ajuda.
"Vim aqui pra
contar um pouquinho da minha história de vida com a escoliose...
Tudo começou no dia
trinta de abril de 1983 que, por alguma ironia do destino, era meu aniversário
de dez anos...
Estava eu
experimentando uma das várias roupas que sempre ganhava (mesmo querendo
brinquedos) quando uma tia que me visitava percebeu um desvio bem acentuado nas
minhas costas. Minha mãe levou um susto, pois nunca tinha reparado! Foi aí que
começou “a pior fase da minha vida”...
No dia dois de
maio, minha mãe já começou a correr atrás de médico pra ver do que se tratava e
eu, muito inocente, nem imaginava o que estava por vir...
Quando chegou a
conclusão dos graus, nos disse que eu tinha aproximadamente 48º de escoliose
idiopática estrutural e 39º de cifose superior, dizendo logo em seguida que a
solução mais lógica seria uma cirurgia para implantação de hastes de titânio
com pinos por toda coluna, mas naquela época uma cirurgia dessa amplitude era
muito arriscada, correndo risco desde a paraplegia até a morte do paciente...
Foi então que ele nos deu a “sentença”: o uso prolongado de um colete corretivo
seria conveniente, embora o grau elevado da escoliose talvez não tivesse como
corrigir, mas ele nos incentivou a começar o tratamento o mais rápido possível!
Na consulta, o
médico, Dr. Alfredo Nogueira só de ver, já disse que eu tinha um grau muito
elevado de escoliose e também de cifose, e logo começou a fazer as medições pra
tentar descobrir os graus aproximados pra poder, assim, dar o diagnóstico.
Três semanas se
passaram e chegou o tão esperado e temido dia (esperado pela minha mãe e temido
por mim)... Buscamos o colete e já fui “obrigado” a vesti-lo e já voltar com
ele, já tendo minha primeira (de muitas) experiências, que foi viajar de carro
usando um colete! Foi terrível... Parecia que eu ia me enforcar com o colar do
meu colete, que era todo feito em alumínio, bem trabalhado e até “bonitinho”
(#sqn!)
Meu Deus! Quando
vi uma foto do tal colete entrei em desespero! Foi então que procuramos, numa
cidade vizinha, uma clínica especializada na confecção dos coletes milwaukee
pra tirar as medidas e confeccionar o que seria o meu companheiro por um
looooongo tempo...Nos dias que se passaram, minha mãe vivia me obrigando a usar
o colete durante as vinte e três horas diárias, só tirando pra tomar banho, mas
ela já ficava de “guarda” na porta do banheiro com o colete na mão, esperando
eu sair hehehehe.
Ah, a escola! E o
medo (ou pavor) de chegar na escola de colete e ver todos rindo na sua cara,
fazendo piadinhas de mal gosto? Pois é! Isso aconteceu e muito comigo... Foram
tantas piadas, tantos apelidos e infelizmente cheguei a ser perseguido e
agredido (isso mesmo, AGREDIDO) por um grupo de ignorantes! E o pior é que eu
nem podia tentar tirar o colete na escola, pensando que minha mãe não ficaria
sabendo, pois ela era simplesmente a diretora! Foram dias e mais dias
intermináveis, usando um colete que me esmagava e me enforcava...Mas os dias
foram passando, eu fui me habituando com minha nova realidade de “encoletado”
(fiquei sabendo desse termo a pouco tempo) e fui aceitando mais meu colete,
ganhando novos e verdadeiros amigos, que me apoiaram e ajudaram a superar a
barra, chegando ao ponto de dar um nome a ele, “Nestor” (era o nome de um
cachorro que eu tinha)! Dias, dias e mais dias foram passando e eu, como
qualquer criança, fui crescendo e meu colete apertando muito mais que o
normal... Foi então que descobrimos que, além de ter que regular ele de tempos
em tempos, teria que trocá-lo, pois já tinha ficado pequeno pra mim! Foi então
que o “Nestor II” chegou e substituiu o “Nestor”, mas o modelo não mudou nada,
então ninguém nem ficou sabendo que precisei trocar de colete!
Bom pessoal, é isso... Moral da história? Se descobrirem que vão usar um
colete, sejam meninos ou meninas, não se desesperem, pois é apenas uma fase da
vida, que como todas, vai passar, porém dependendo da persistência e força de
vontade de vocês! Pra quem já usa o colete, peço POR FAVOR que usem-no
corretamente, por mais difícil que seja, pois o resultado vai ser bom! E o mais
importante, aliás, essencial... CONFIEM EM DEUS, POIS ELE SEMPRE SABE O QUE É
MELHOR PRA VOCÊ E SABE O JEITO QUE SERÁ MELHOR, MESMO QUE NÃO ACEITEMOS!"
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Amei o seu relato. Infelizmente eu não usei direitinho e hoje tenho duas curvas de escoliose...
ResponderExcluirMas, aparentemente estou "reta".
Tenho uma curva de 57 e outra de 59 graus. Não uso mais colete, já sou mãe e não preciso de cirurgia porque uma curva compensa a outra. Agora tenho que procurar fazer atividade física direto (coisa que ainda não busquei por pura preguiça)... Mas, vou procurar.
Obrigada pelo seu belo relato!
Que bom que gostou Géssika, vou passar teu comentário para o Eduardo. Abraços!
ResponderExcluirEu tb não usei o colete direito e tive q operar!
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