Se você acreditar (Parte 1)

Em dezembro de 2014, o meu médico fez o encaminhamento para cirurgia. O que normalmente levaria de 15 a 20 dias para ser autorizado, levou longos, e difíceis 3 meses! Pelo menos para mim, porque eu mal sabia quanto tempo levaria.
Toda pessoa fica super ansiosa pelo dia da cirurgia. É um dia esperado por dias, meses, ou como em alguns casos até mesmo anos! É o dia da "vitória", em que tudo vai mudar, em que a vida ganha mais sentido, e tudo vai ser melhor! A ideia de dor é insignificante visto que vontade de vencer a escoliose é muito maior. Só quem tem esse problema compreende que a dor envergonha machucam a alma, só quem tem sabe o que é, e por isso se magoa com os comentários maldosos e o preconceito...
Durante esse tempo de espera, ocorreu algo que me marcou negativamente. Uma pessoa através de uma conta fake no Twitter me mandou dezenas de mensagens com insultos, em algumas delas ela se referia à minha escoliose. Eu chorei muito naquele dia, decidi excluir de vez minha conta. Esse episódio piorou a vergonha que eu tinha de ser "torta". Existem pessoas incapazes de assumir o que dizem por isso encondem-se atrás das redes sociais para destilar todo seu ódio e preoconceito. São pessoas ruins de espírito, tão fracas que não conseguem assumir seu erros. 
E passaram-se 15, 20, 30 dias e nada do plano de saúde autorizar... O Dr. Jonatas havia me alertado que como o plano era Amil, poderia demorar um pouco, e teríamos que ter paciência, no entanto eu não imaginava que demoraria taaanto assim.
Finalmente conseguimos a primeira data, dia 05/02/2015. Mas o plano só autorizou metade dos procedimentos, eu fiquei decepcionada, muito decepcionada. Logo em seguida marcamos para o dia 25/02, para ver se até esta data o plano autorizava, e novamente não aconteceu a cirurgia nesse dia.
Eu e minha mãe estávamos nervosas. Conversamos com o doutor para ver o que podíamos fazer. Ligamos para o hospital, ligamos dezenas de vezes para ANS (Agência Nacional de Saúde) e ninguém nos dava a devida informação. Foram muitas ligações, e eu mesma fui pessoalmente no hospital ver o que estava acontecendo. Aquela incerteza estava me "matando".
Apesar de tudo isso, de toda correria, estava minha mãe, meu pai, minha família, e alguns amigos torcendo por mim, orando para que eu não desanimasse. "Se eles não acreditassem" não sei o que seria de mim.





(Continua)

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